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domingo, 5 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA DE ANDRE TEIXEIRA AO FUTSAL PORTO DISTRITAL

Entrevista sob o tema da Taça Nacional Feminino
No seguimento das alterações ao regulamento de competição das Taças Nacionais nomeadamente da Taça Feminina, falamos com o técnico André Teixeira para se pronunciar sobre o novo modelo de competição.
André Teixeira como sabem tem sido o treinador portuense que mais vezes esteve presente nas Taças Nacionais e já conquistou duas Taças Nacionais, uma ao serviço do Alto Avilhó e outra pelo seu actual clube Restauradores Avintenses.
Com estas alterações no regulamento da Taça Nacional, nada melhor falar com aquele que está por dentro desta competição e uma das pessoas que mais luta para que o Campeonato Nacional Feminino de Futsal seja uma realidade.

Pedro Dias …em dois meses já conseguiu que alguma coisa mudasse”

Artur Moreira: André, este modelo de competição é o que serve melhor os interesses do futsal feminino no momento ou achas que se podia ir mais além? André Teixeira: Penso que neste momento não será o ideal, mas aqui deixo o apreço por esta nova direcção em especial ao Pedro Dias, pois em dois meses já conseguiu que alguma coisa mudasse. Mas considero que este ano ainda haverão algumas discrepâncias em relação às equipas, que poderão ser corrigidas daqui para frente.


Artur Moreira: Segundo a minha opinião, acho que este novo modelo não trará muita mais competitividade tendo em conta que haverá, salvo raras excepções, uma equipa por Associação, não achas que seria benéfico para evolução do futsal feminino, mantendo o novo modelo, um coeficiente de competitividade por associação, para que por exemplo associações com mais equipas pudessem ter mais equipas nesta Taça Nacional do que aquelas Associações que apenas têm torneios (e não campeonatos) com quatro ou cinco equipas? André Teixeira: O que acho fundamentalmente é que as equipas mais fortes deverão jogar com as equipas mais fortes aumentando assim os índices de competitividade das atletas e as exigências aos treinadores. Como já disse este ano será o ano zero para esta competição, mas certamente que a evolução caminhará nesse sentido até chegarmos a um campeonato nacional, nunca esquecendo os campeonatos de formação e os distritais pois são fundamentais para credibilizar e sustentabilizar o nacional.

a motivação aumentou bastante e o entusiasmo também… o campeão deste ano será mais justo”

Artur Moreira: Apesar da evolução deste modelo onde passamos a ter em primeiro uma fase de grupos e uma fase para encontrar o campeão, penso que ainda não será o modelo ideal para o Campeonato Nacional, és da mesma opinião? André Teixeira: Sim sou, mas tudo tem o seu inicio e só poderemos alterar ou modificar uma coisa que já existe, por isso este inicio é fundamental. Por exemplo, pelas conversas que tive com as minhas atletas, a motivação aumentou bastante e o entusiasmo também, pois só na primeira fase faremos dez jogos cronometrados onde a competitividade vai aumentar e esses mesmos dez jogos seriam o que tínhamos no antigo modelo se chegássemos á final. Penso que o campeão deste ano será mais justo pela regularidade da prova, pois terá de ser regular na primeira e na segunda fase, já não depende de um ou dois jogos.

Artur Moreira: Achas viável actualmente em termos económicos para os clubes, um Campeonato Nacional Feminino com catorze equipas tal como acontece com os seniores masculinos? Ou defendes um modelo com duas séries Norte e Sul e depois uma poule com as melhores de cada série, ou outro modelo competitivo?
André Teixeira: Claro que não, todos nós sabemos das dificuldades que têm os clubes da primeira divisão masculina para se deslocarem a Lisboa, quando treinava o Braga eram evidentes as dificuldades que tínhamos para viajar ou ir no dia anterior. Então se colocarmos isso no feminino matamos a modalidade á nascença. Penso que três séries seria o ideal e depois passarem os dois ou três primeiros para uma poule final. E torno a dizer nunca esquecendo os distritais, para existirem subidas e descidas ao Nacional. Também digo que existem pessoas com muita qualidade na FPF que estarão atentos e daqui a três ou quatro anos chegaremos lá concerteza.

“apoio incondicionalmente os grandes jogos, as grandes equipas, as grandes atletas e os grandes treinadores”
Artur Moreira: Suponhamos que se implantava o Campeonato Nacional Feminino com zonas, a Taça Nacional tal como ela está com as alterações, achas que se deveria manter como espécie de uma 2.ª Divisão Nacional para se achar as quatro equipas que poderiam subir à 1.ª Divisão Nacional? Ou seja não havendo propriamente dita uma 2.ª Divisão, haveria uma Taça entre os Campeões Distritais que dava acesso a que na época seguinte à Vencedora e mais três equipas pudessem subir à 1.ª Divisão por troca das quatro últimas classificadas que regressariam aos distritais, concordarias com a implementação deste formato competitivo?

André Teixeira:
Todos sabemos das dificuldades dos clubes para cumprirem com as suas obrigações desportivas numa Taça Nacional, e falo de viagem, almoço, lanche, etc. A curto prazo não penso ser possível essa realidade que apresentaste, mas poderá ser o caminho se a estabilização do Futsal Feminino for sustentada com este novo modelo. Veremos o que nos reserva este ano e os próximo dois anos, e assim poderemos reflectir sobre o que será alterado. Uma coisa é certa eu apoio incondicionalmente os grandes jogos, as grandes equipas, as grandes atletas e os grandes treinadores, temos de nos juntar para fazer um grande campeonato de Futsal Feminino e dar visibilidade ao espectáculo das mulheres no Futsal

FONTE: FUTSAL PORTO DISTRITAL

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