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quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ENTREVISTA A DANI


Entrevista à Guarda-Redes Daniela Ribeiro


"É o prémio mais alto da minha carreira e de que não estava à espera", fez notar Daniela Ribeiro sobre a atribuição do troféu de melhor guarda-redes no Campeonato do Mundo Universitário Feminino.

Possuidora de um curriculum que fala por si, aos 20 anos Daniela Ribeiro é um caso sério do futsal feminino português. Eleita como a melhor guarda-redes da I edição do Campeonato do Mundo Universitário que se realizou em Vitória, no Brasil, a valorosa jogadora concedeu uma entrevista à futsal.com onde demonstrou toda a sua ambição, preferindo falar apenas em concretizar objectivos em vez de sonhos. Simpática, divertida e sempre com os pés bem assentes no chão, a guardiã do Restauradores Avintenses acedeu ao repto lançado pela futsal.com para realizar uma entrevista onde falou da participação portuguesa no Mundial Universitário, entre outros assuntos.
À partida para o Brasil imaginavam que poderiam chegar até à final?

Acima de tudo, com os treinadores que tínhamos, acreditávamos que poderíamos ser campeãs, nem eles nos deixavam acreditar em outra coisa. Pensamos sempre à frente e isso deu-nos muita força, pois não era um sonho mas sim um objectivo que queríamos alcançar. Não conseguimos fazer aquilo que queríamos, nem demonstramos no jogo da final tudo o que sabíamos. No entanto, estivemos muito perto de cumprir o objectivo a que nos propusemos e temos que estar de consciência tranquila e felizes pelo trabalho que realizamos.

Este resultado poderá dar mais visibilidade ao futsal feminino?

Se dúvidas houvesse, ficou demonstrado que temos muita qualidade e é com muita pena minha que a modalidade não seja aproveitada de uma melhor forma. O mínimo que temos direito era que fosse criado um campeonato nacional. Se assim fosse, poderíamos atingir um nível muito mais elevado. É para isso que lutamos, pois se não fosse assim não estaríamos aqui a lutar por nada.O segundo lugar alcançado poderá ser o primeiro passo para a criação da selecção nacional?Era muito bom que ela fosse criada. O primeiro passo foi dado com a criação da selecção universitária e fizemos um boa figura o que poderá ser importante para que se crie a selecção principal. Contudo, precisamos de muitas ajudas para que ela possa ser criada. Como modalidade olímpica que o Futsal se pretende tornar, é necessário que o futsal feminino também entre, e se conseguíssemos estar em Londres 2012 seria muito bom para nós. Mas, não desejo que isso venha por acréscimo, mas sim como um aposta. Caso existisse essa selecção e se fosse chamada faria tudo para agarrar a oportunidade.

Foi uma experiência enriquecedora ter participado numa prova desta dimensão aos 20 anos?

Muito mesmo. Cresci como jogadora e como pessoa, pois tive o privilégio de trabalhar com uma equipa técnica que me ajudou imenso. A minha forma de pensar mudou, porque encontrei um profissionalismo que não imaginava ser possível. É um nível de excelência que me ajudou a crescer e a ver as coisas de maneira diferente. Muito devo ao Orlando Duarte e ao Jorge Braz, duas pessoas de topo e que me ajudaram imenso a perceber as coisas de uma outra forma. Além disso, privamos com outras culturas e pessoas diferentes o que ajuda sempre ao nosso desenvolvimento. Quero crescer cada vez mais e esse contacto foi muito importante para mim.

Qual a sensação de ter sido eleita a melhor guarda-redes do mundo?

Foi muito boa mesmo (risos). É o prémio mais alto da minha carreira e de que não estava à esperava. Sabia da qualidade das outras adversárias e ter recebido este prémio foi uma alegria imensa. Estava num bom momento e acho que o equilíbrio que apresentei ao longo da competição tenha sido determinante na escolha.

Esta distinção poderá funcionar como uma rampa de lançamento?

Não digo que não. Poderá abrir muitas portas, até porque um dia gostava de experimentar outras ligas. O nosso campeonato não anda para frente e mesmo que seja criado um campeonato nacional penso que nunca terá a projecção que merece e que deveria ter. Gostava de um dia jogar em Espanha ou no Brasil, porque lá as jogadoras já são profissionais e isso ajudaria muito à minha evolução.No jogo da final da mundial universitário o profissionalismo das jogadoras brasileiras fez-se notar?Apesar de termos entrado nervosas e de cometermos erros que não poderíamos cometer, penso que sim. Por exemplo, as jogadoras da selecção brasileira são profissionais e treinam numa manhã aquilo que nós fazemos numa semana. É uma diferença enorme e isso no final acaba por se reflectir. A partir do momento em que dividimos uma carreira profissional com o futsal, torna-se muito complicado acompanhar a maior preparação de quem é profissional.

Ser profissional é uma meta que pretende alcançar?

Em Portugal tenho que apostar nos estudos porque não existe outra saída. Adorava tornar-me profissional porque isso é um dos meus objectivos que me proponho a alcançar. Ainda me faltam três anos para acabar o mestrado, mas se surgisse um projecto no Futsal que valesse a pena estava disposto a abraçá-lo e a ser profissional.“O trabalho tem de ser desenvolvido e demonstrado dentro de campo”

Esta época regressa aos Restauradores Avintenses, sob comando do André Teixeira. Quais os objectivo para a temporada que se inicia amanhã?

São os máximos, porque não podem ser outros. Estamos a trabalhar para chegar ao melhor lugar possível. Em primeiro lugar temos que nos centrar no campeonato distrital que de ano para ano tem ficado cada vez mais equilibrado. Depois, se conseguirmos ser campeãs distritais vamos centrar-nos no título nacional. Não podemos estar a apontar este ou aquele adversário como o nosso principal opositor na luta pelo primeiro lugar, mas sim em vencer jogo a jogo para que no final possamos ter mais pontos somados que todos os nossos adversários.

Mas a equipa apresenta argumentos para se tornar campeã distrital?

O trabalho tem de ser desenvolvido e demonstrado dentro de campo, pois só assim poderemos confirmar se temos, ou não, as condições ideias para chegar onde queremos. Não podemos estar a dizer que temos condições senão chegarmos a dentro do campo e vencermos os nossos jogos.

BINome: Daniela Cristiana Neves Ribeiro

Data de Nascimento: 14/04/1988 (20 anos)

Naturalidade: Porto

Currículum: Baguim do Monte, Guilhabreu, Restauradores Avintenses, Escola de Gondomar e Restauradores Avintenses.

Palmarés: Campeã distrital de seniores e juniores pelo Guilhabreu, Bi-campeã distrital pelo Restauradores Avintenses, Campeã distrital e vice-campeã nacional pela Escola de Gondomar e eleita a melhor guarda-redes da I edição do Mundial Universitário Feminino, em 2008.

Melhor treinador: Orlando Duarte/Jorge Braz e André Teixeira/José Fernandes

Referência: João Benedito

Sonho: Parte dele já está cumprido com a presença e boa prestação na selecção universitária.

Fonte: www.futsal.com.pt

1 comentário:

Marlene Laúndos disse...

Para a Dani a melhor GR do Mundo!!!! Defendes muito tu!!!!! Só para te deixar os meus parabéns pelo teu prémio!!! A menina é grande!!! Muito grande!!! Agora vê lá se continuas a defender muito bem no resto do campeonato!!! Vai ser uma casa a arder!!!! :-)